5 de outubro - Dia de São Benedito, o Negro
Jacareí, 08 de Abril de 2007-DOMINGO DE PÁSCOA
MENSAGEM DE SÃO BENEDITO COMUNICADA AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
"-Marcos
caríssimo, Eu Benedito estou contentíssimo por ver-te hoje mais uma
vez. Faz quase dois meses que Eu e Rita viemos com a Nossa RAINHA e
grande SENHORA, para abençoar-te no teu aniversário. E hoje Eu alegro-Me por poder vir e também abençoar todo este povo presente.
Rezai
o SANTO ROSÁRIO... O Rosário me levou para o CÉU, não foram tantos os
Meus milagres que Me levaram para o CÉU, mas sim o SANTO ROSÁRIO!
Como
Eu amava o SANTO ROSÁRIO! Rezava-o nas cavernas em que habitei e depois
também no mosteiro. Gostava de passar muitas horas rezando o Rosário
sem mais nenhuma outra coisa querer ou desejar... O SANTO ROSÁRIO para
Mim era como um favo de mel delicioso e doce, que encantava a Minha alma
e que fazia a Minha alma simplesmente arder e incendiar-se de amor por
DEUS e por MARIA SANTÍSSIMA.
Quantas
vezes ela me visitou durante a oração do ROSÁRIO, para demonstrar o seu
apreço e predileção por essa Santíssima oração tão salvadora e
poderosa.
O
CÉU... O CÉU se tornou próximo e acessível para MIM, Graças ao SANTO
ROSÁRIO! Quantas Graças me deu o SANTO ROSÁRIO! Quantas bênçãos e luzes
espirituais me conferiu o SANTO ROSÁRIO! Sou gratíssimo ao SANTO
ROSÁRIO! Sou gratíssimo à Minha RAINHA e SENHORA que no-lo deu, que o
deu a toda a humanidade!
Desejo
que sejais abrasadíssimos de amor pelo SANTO ROSÁRIO! Desejo que o
rezeis piedosamente e fervorosamente! Sempre que o puderdes de joelhos e
vertendo copiosas lágrimas de gratidão à SENHORA por tê-lo dado à toda a
humanidade.
O
SANTO ROSÁRIO é o maior regalo, o maior prêmio e presente que a
SANTÍSSIMA VIRGEM deu ao mundo depois que o verbo se fez carne.
Oh,
Sim! Em cada conta do Rosário secais uma lágrima da MÃE DE DEUS e ao
mesmo tempo recebeis dela uma nova graça. Cada vez que pronunciastes
essas benditíssimas e maravilhosas palavras, sagradas palavras “AVE
MARIA CHEIA DE GRAÇA”um raio de GRAÇAS se desprenderá da SANTÍSSIMA
VIRGEM e descerá sobre vossas almas.
Rezai
o SANTO ROSÁRIO, rezai também todas as orações que ELA vos deu, pois
essas orações aniquilam satanás e os demônios e fazem com que muitas
almas escapem das garras deles e se convertam e se salve.
Eu
BENEDITO dou-vos a Paz, deixo-vos a Paz e prometo-vos a Minha constante
proteção. Pois a vós que vindes aqui neste local sagrado sempre e que
estais sempre aqui aos pés da SENHORA consolando-a, sois Meus irmãos,
sois Meus protegidos, sois propriedade Minha.
E Eu vos guardarei e vos defenderei como tal.
A PAZ..."
São Benedito, o Negro
1526-1589
Hoje
é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de
são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular
no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da
cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser
amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse
fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal
adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e
não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de
são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".
Há
tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua
comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja
celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada,
desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica
concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.
Benedito
Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina,
na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na
ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se
casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento
cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à
qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados
junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus
padrinhos de batismo.
Cresceu
pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno,
demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando,
profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade,
ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis,
fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital
da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de
oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de
extrema penitência.
Na
Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão
leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava
fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais
tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador
faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que
todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de
Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o
mesmo nome.
Todos
obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de
Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua
vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e
depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se
sucediam por intercessão de suas orações.
Eram
muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e
pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação
espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na
direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua
simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele
morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em
total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um
irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os
nossos dias.
Foi
canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos
quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo,
mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população
afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da
nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na
capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo
do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente
intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de
virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo
São Benedito - O Santo Negro
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Diz
o Ofício Litúrgico de São Benedito do próprio da Ordem Franciscana:
"Benedito que pela sua cor preta foi chamado o santo preto". Benedito
era de família descendente da África. Seus avós eram etíopes. Benedito,
portanto, tinha a pele de cor negra.
Uma
piedade falsa dos séculos 19 e 20 (até os anos 50) queria atribuir uma
cor de pele morena, quase branca, ao nosso santo, como se não ficasse
bem a glorificação nos altares da raça negra. Assim como Benedito,
também Santo Elesbão e Santa Efigênia são de cor negra e deram muitas
glórias ao Senhor e à Igreja.
Humilde
foi a origem do santo negro. Benedito era filho de Cristovam Manasseri e
Diana Larcan, descendentes de escravos trazidos da Etiópia, África,
para a Sicília, Itália. O pai fôra escravo de um rico senhor, Vicente
Manasseri, e dele recebera o sobrenome. Diana, sua mãe, fora libertada
por um cavalheiro da Casa de Lanza. E como os escravos tomavam o nome de
seu senhor, veio a chamar-se Diana Larcan ou de Lanza.
Casados,
Cristovam e Diana viviam como bons cristãos, fiéis à Lei do Senhor e
humildes numa vida de oração e trabalho. Sua mãe, conforme consta do
processo de beatificação de São Benedito, era devota fervorosa do
Santíssimo Sacramento e extremamente caridosa para com os pobres, dons
que Benedito herdaria por toda a vida.
Cristovam
era fervoroso, voltado para Deus, a família e o trabalho. Recitava
diariamente com edificante piedade o Rosário de Maria e o ensinava a
quantos com ele trabalhava. Diante dele ninguém blasfemava ou dizia
obscenidade. Tantas vezes podia, aproximava-se da Mesa Eucarística.
Mereceu a confiança dos patrões, pela honestidade e retidão que o
caracterizavam no trabalho. Por isso, foi nomeado chefe dos
trabalhadores. Dispunha os seus bens em favor dos mais pobres.
Um
fato que chama a atenção na vida do pai de Benedito: por ciúmes, alguns
companheiros de trabalho o caluniaram, dizendo que ele dilapidava os
bens do patrão em nome da caridade. O honesto feitor viu-se do dia para a
noite deposto de seu cargo, sofrendo vergonha e humilhação. Deus veio
em seu socorro: os negócios de Manasseri não iam bem e sua terras terras
já não produziam como antes. Morriam seus animais e seus campos eram
vítimas de pragas. O patrão percebeu a injustiça que havia cometido e
mandou chamar Cristovam e o reintegrou no cargo de ofício, com mais pode
e autoridade que antes. Fez ainda mais: deu ao escravo piedoso e fiel,
toda a liberdade para socorrer os pobres que o procurassem. Deu muitas
esmolas e os negócios de Manasseri prosperaram.
Outro
fato que chama a atenção nos pais de Benedito é de que fizeram voto de
castidade ao contraírem matrimônio, vivendo na penitência, no trabalho e
na oração. Foi o patrão quem persuadiu os pais à exercerem os seus
direitos de matrimônio, prometendo dar liberdade aos seus descendentes.
Assim o fizeram, assim nasceu Benedito, fruto de uma bênção especial de
Deus: Bendito! Bendito! Bendito! Era o ano de 1524. Nasceu livre quanto à
condição, e mais livre quanto à santa liberdade dos remidos pelo Sangue
do Cordeiro. Dele se dizia: Negro e muito formoso, devido os traços
finos de seu rosto.
A
formação cristã do pequeno Benedito se deve à sua mãe, Diana, virtuosa e
rica da graça do Senhor. Benedito crescia em idade, sabedoria e graça
diante de Deus e dos homens. Cristovam e Diana, repartindo o tempo entre
a oração,o trabalho e a educação de seu primogênito, viviam santamente e
Benedito era levado à Igreja pelas mãos paternas. Tiveram outros
filhos: Marcos, Baldassara e Fradella. Esta casou-se com um escravo
chamado Antonio Nastasi, com o qual teve uma filha, Violante, que mais
tarde entrou para um convento da Ordem Terceira de São Francisco,
recebendo o hábito de seu tio Benedito. Chamou-se Soror Benedita e viveu
santamente. Morreu em Palermo, e há testemunhas que atestam milagres
operados por Deus com a sua intercessão.
Benedito
foi pastor de ovelhas. Foi muito fiel ao seu dever. Enquanto
pastoreava, rezava piedosamente o Rosário. Procurava os lugares mais
afastados, pelos altos montes, com boa pastagem e água para seu rebanho,
para poder também orar e meditar. Certa vez o encontraram escondido em
uma gruta, num momento de folga, de joelhos, olhos fixos no céu, todo
arrebatado em êxtase. À partir desse dia, nunca mais o ridicularizaram.
Aos
dezoito anos, Benedito se abrasou no amor do Senhor e demonstrou
interesse em se dedicar totalmente a Jesus. Com sacrifícios, conseguiu
comprar uma junta de bois, e com eles passou a ganhar alguns trocados e
socorrer os pobres. Isso durou até completar vinte e um anos de idade.
Frei
Jerônimo Lanza, natural de San Marco, abandonou o mundo e se recolheu
com alguns companheiros num eremitério de Santa Dominica, na região de
Caronia. O Papa Júlio III autorizou aos novos eremitas professarem a
Regra Seráfica de São Francisco, juntando ainda aos votos de pobreza,
obediência e castidade, o voto de vida quaresmal, que os levava a jejuar
3 dias por semana. Numa de suas viagens, Jerônimo conheceu Benedito,
que num momento de descanso era injuriado e zombado pelos companheiros
de trabalho por causa da cor da pele. Frei Jerônimo ouviu e repreendeu
severamente os injustos e lhes disse em tom profético: "Ah! hoje fazeis
caçoada e ridicularizais este pobre negrinho; mas daqui a poucos anos
vereis a sua fama correr todo o mundo!". Voltando-se para o patrão lhe
disse: " Eu vos recomendo muito este moço porque logo ele virá em minha
companhia e se há de tornar um santo religioso!"
Alguns
dias depois, Frei Jerônimo voltou àquele lugar e diz, ao ver Benedito:
"Que fazes aqui? Vamos! Vende estes bois e vem comigo." Benedito não
teve dúvidas e o seguiu. Seus pais, não obstante necessitassem da ajuda
monetária do filho, não se opuseram à vocação do filho.
Os
irmãos Eremitas Franciscanos levavam vida austera, em extrema pobreza.
Mendigavam o pouco de pão nas vizinhanças, e tinham algumas ervas e água
para sustentar. A habitação era paupérrima, estreita e sem conforto.
Vestiam-se de grosseiro pano e passavam longas horas em oração. Depois
da sua profissão solene, Benedito quis usar um manto parecido com o de
São Paulo Eremita, feito de folhas de palmeira, com um capuz de lã muito
velha protegendo a cabeça. Em 1562, contando o santo com 38 anos de
idade, o Papa Pio IV, ouvindo os apelos de eremitas que não suportavam
os rigores do 4º voto, o de vida quaresmal, ordenou que os eremitas de
Frei Jerônimo se recolhessem a qualquer dos conventos franciscanos
regulares, dispensando-os do 4º voto.
Benedito,
indeciso quanto ao convento em que se recolheria, foi orar na Catedral
Metropolitana de Palermo, diante da imagem de Nossa Senhora, sob o
título de Madona di Libera Inferni e, chorando, pediu a intercessão da
Mãe para a sua escolha. Ouviu a voz da Mãe falando no seu coração: "Meu
filho, é vontade de Deus que entres para a Ordem dos Frades Menores
Reformados": Sua vocação estava resolvida! Agradecendo à Maria, foi
imediatamente ao Convento de Santa Maria di Gesú, duas milhas de
Palermo.
Fatos importantes da vida de Benedito no Convento de Santa Maria di Gesú:
*Foi recebido em festa pelo Guardião dos Franciscanos Frei Arcângelo de Scieli, que conhecia sua fama de santidade;
*Depois de poucos dias, foi enviado ao Convento de Sant'Ana di Giuliana, um dos Mosteiros mais fervorosos da Ordem;
*Após 3 anos, voltou ao Convento de Santa Maria di Gesú, onde ficaria até a morte;
*Seu primeiro ofício foi o de cozinheiro, juntando a atividade de Marta à contemplação de Maria (Lc 10, 38-42).
Fez da cozinha um santuário de oração, vivendo sempre alegre e cheio de mansidão para com todos;
*Início dos prodígios: o Capítulo da Ordem iria se realizar no Convento.
Devido a neve, os frades não poderiam mendigar conforme a Regra
estabelecia. Por descuido, o Superior não providenciou o necessário.
Como a situação era grave, Benedito chamou um de seus auxiliares e o
mandou encher umas vasilhas de água. Diante do espanto do Irmão, que
sabia não haver carnes ou peixes para a refeição, Benedito replicou:
enche as vasilhas e cobre-as com tábuas. Recolheu-se aos seus aposentos e
pôs-se a rezar. Ao amanhecer, chama seu auxiliar e vão à cozinha. Ali
ocorreu o milagre: grandes peixes, suficientes para várias refeições,
estavam nas panelas;
*Certo dia a carne chegou atrasada e os frades começaram a pedir a
mesma. Benedito disse que a mesma estava ao fogo há poucos minutos, mas
iria ver o que fazer. Encontrou a carne bem temperada, cozida e pronta;
*Trinta operários prestavam serviços voluntários no convento. Certo dia,
porque vieram sem prévio aviso, encontraram as despensas do Convento
vazias. Benedito pôs-se em oração e serviu farta refeição aos operários e
ainda sobraram alimentos para a despensa;
*Sem lenha para o fogão, Benedito subiu ao monte e encontrou uma grande
árvore derrubada por raio. Seriam necessários vários homens fortes para
conduzirem a mesma. No entanto Benedito a colocou no ombro sem nenhum
esforço, causando espanto a todos os que viam a cena;
*O Arcebispo de Palermo, Dom Diogo d´Abedo, gostava de se recolher uns
dias para descansar e rezar no Convento de Santa Maria di Gesú. Vindo
para as festas do Natal, trouxe consigo grande quantidade de víveres. Na
missa da aurora do Natal, Frei Benedito, abrasado de santo amor, vai
receber a Santa Comunhão. Sente o Menino Jesus em seu coração como no
presépio de Belém.
Chora
ao contemplar um quadro ao lado do Altar. Caiu em êxtase, ficando ali
várias horas arrebatado, sem pensar nos trabalhos da cozinha. Quando
estava para começar a Missa solene Pontifical, o Superior foi à cozinha e
viu o fogo apagado. Clamou por Benedito, reclamando o almoço para logo
depois da Missa. O Convento ficou em polvorosa, para não fazer feio
diante do Arcebispo. Foi o turiferário quem encontrou Benedito a
contemplar o Menino Jesus , chamando sua atenção quanto ao almoço. A
resposta de Benedito o desconcertou: Não se aflija, irmão! Após a Missa,
acendeu uma vela e voltou a rezar. Os irmãos o injuriavam, revoltados
com a preguiça e o descaso do frade negro. Viam a vergonha diante dos
olhos. Benedito calou-se e calmamente acendeu o fogo.
Quando
chegou o horário da refeição e o Superior ordenou a arrumação da mesa,
viram dois belos jovens acabando de preparar suculento banquete para o
Arcebispo e todos do convento. As injúrias se transformaram em louvores e
graças ao Senhor e ao humilde servo.
*Benedito era leigo e analfabeto. Mesmo assim, tornou-se Superior do Convento e modelo admirável no governo daquela casa;
*Em 1578, reuniu-se o Capítulo Provincial dos Franciscanos no Convento
de Santa Maria dos Anjos, em Palermo. Houve a separação da Reforma e da
Observância da Regra, sendo que o Convento onde Benedito morava passou à
Ordem Reformada. Frei Benedito foi eleito Superior, por sua santidade e
servidão. Enquanto todos se alegravam, Benedito se entristeceu e
procurou o Padre Superior, rogando que o liberasse desse cargo, pois era
analfabeto e ignorante. Seu Superior não o liberou e, em nome da Santa
Obediência declarou: Doravante serás o Superior do Convento de Santa
Maria di Gesú. A Benedito coube somente obedecer;
*Sua firmeza e observância das Regras faziam com que o Convento tivesse uma vida ativa e cheia de graça;
*Alguns autores dizem ter sido Frei Benedito Mestre de Noviços. Há
autores que discordam, pois esse cargo era exercido somente por
Presbíteros. Mas a dúvida continua, pois já havia acontecido a exceção
quando Benedito foi indicado para o cargo de Superior, exercido também
por um Presbítero;
*Os noviços tinham grande admiração por Benedito e tinham nele um grande conselheiro;
*Benedito tinha o Dom da Ciência Infusa. Sem saber ler ou escrever,
conseguia dar aulas sobre todos os assuntos ligados à Religião, à Ordem
ou à Fé. Tinha muita clareza, espírito e unção. Teólogos e Mestres
ouviam atentamente o grande santo;
*Segundo Frei Giacomo di Pazza, uma das testemunhas do processo de
beatificação, não se passava um dia sem que acontecesse um prodígio
operado pela intercessão de São Benedito;
*Um dos milagres operado em vida: várias senhoras, num carro puxado por
cavalos, sofreram um grave acidente, no qual D. Eleonora caiu sobre uma
criança de cinco meses de idade, tendo a criança morrido asfixiada.
Diante do desespero de todos, Benedito tomou a criança nos braços, põe a
mão na testa gelada e recita algumas orações. Entregando a criança,
disse: a senhora já pode amamentar a criança. A criança morta, em
contato com o seio da mãe, adquire vida novamente e suavemente suga o
leite da mãe (na imagem tradicional, São Benedito está carregando essa
criança, e não o Menino Jesus, como muitos acreditam) ;
*Uma criança morreu esmagada sob o peso do pai e do carro puxado por
cavalos em que estava. Pedindo confiança em Deus e em Nossa Senhora,
Benedito toma nos braços a criança, enquanto inicia a oração. Ao fazer o
sinal da Cruz sobre a criança, esta abre os olhos e pôs-se a chorar e
gritar. Ressuscitara maravilhosamente;
*Também um cego recupera a visão quando Benedito lhe faz o sinal da Cruz
sobre os olhos; outro cego, que perdera a visão há um ano, sem
conseguir resultados com os médicos, recupera a visão quando Benedito
lhe faz o sinal da Cruz sobre os olhos;
*Incrível! Até um cavalo é ressuscitado por Benedito, o cavalo que era do serviço do Convento e que caira num abismo;
* Após servir os pobres, Frei Vito vira chegar soldados espanhóis
famintos e sedentos. Assustado, viu que havia poucos pães em seu cesto.
Instado por Benedito a servir os soldados, percebeu que o cesto não se
esvaziava e assim pôde alimentar grande contingente de soldados;
* Um pescador pobre, pai de sete filhos, não conseguia pescar um mísero
peixe sequer. Vendo a aflição do pobre homem, Benedito orou e o pescador
viu quantidade inacreditável de peixes em sua rede; Muitas curas
físicas foi realizada por Deus sob a intercessão de São Benedito, em
vida e após a sua morte.
Em
fevereiro de 1589 Benedito caiu gravemente enfermo. Embora seu médico,
de grande fama na região, previsse sua morte, Benedito o alertou que
ainda não havia chegado sua hora. Portanto, recuperou-se. Em março
tornou a adoecer, com uma febre muito altta. Nenhum remédio o aliviava.
Previu então sua morte e fez um pedido estranho: "enterrem logo o meu
corpo para que não tenham contrariedade".
Recebeu
a Unção dos Enfêrmos e o Viático, preparando-se para o encontro com o
Senhor. Não aceitou ainda a colocação das velas em suas mãos, pois
avisaria quando chegasse a hora. Recebeu a visita de Santa Úrsula e as
onze mil virgens em visão. Daí poucos minutos, chamou Frei Guilherme e
mandou que acendesse a vela e pusesse em suas mãos. Era chegada a hora.
Exclamando "Jesus! Jesus! Minha Mãe doce Maria! Meu pai São Francisco",
Benedito faleceu na paz do senhor. Era 19 horas de 4 de abril de 1589,
terça-feira de Páscoa, aos 65 anos de idade, dos quais passara 21 anos
no mundo, 17 no Eremitério e 27 na Ordem Franciscana.
A
profecia de que era preciso enterrar logo o seu corpo, cumpriu-se após o
velório. Multidão invadiu o Convento querendo relíquias ou lembranças
do grande santo. Em 7 de maio de 1592, seu corpo foi transladado pela
primeira vez. Do seu corpo exalava sublime perfume, sendo seu corpo
encontrado em perfeito estado de conservação, sem uso de qualquer
produto químico. Em 3 de outubro de 1611 foi feita a segunda
transladação do corpo, colocado em urna de cristal. Ainda hoje continua
conservado, exposto em Urna Mortuária para visitação pública numa Capela
lateral da Igreja de Santa Maria, em Palermo, Itália.
Mais de um século antes de ser canonizado, no Brasil ele já tinha muitos devotos
Luiz Carlos Azevedo
Corre
o ano de 1589. Em uma pobre cela no convento franciscano de Santa Maria
de Jesus, a três quilômetros de Palermo, sul da Itália, o enfermeiro
observa o irmão leigo, iletrado, que faz alguns movimentos no leito de
dores em que se encontra há dois meses.
Seu
rosto, alquebrado pela fadiga de 63 anos transcorridos em meio a
intensas atividades apostólicas, em dado momento ilumina-se. Sua boca se
abre e os olhos tornam-se fixos e extáticos. "É o fim, o irmão está
cruzando o limiar da eternidade"- pensou o enfermeiro. E sai correndo a
fim de chamar outros frades para as derradeiras orações que se fazem
pelos agonizantes.
O
doente, entretanto, terminado o êxtase e após o retorno do enfermeiro,
diz-lhe: "Fique tranqüilo. Eu o avisarei do dia e hora da minha morte.
Vou falecer no dia 4 de abril". Ao que o enfermeiro retruca: "Imagine,
Frei, como esta casa ficará cheia!"Pois ele bem conhecia a
extraordinária fama de santidade daquele frade, a qual foi tão grande
por toda parte, quando ainda vivo, que raramente se encontra algo
semelhante na História da Igreja.
- "Pode ficar sossegado, não virá ninguém", garantiu-lhe o Santo. As duas profecias cumpriram-se ao pé da letra.
Com
efeito, no dia da morte e do sepultamento houve um grande afluxo de
gente para a festa do Divino, numa igreja do Espírito Santo, nos
arredores de Palermo, e por isso ninguém foi ao convento.
No
dia aprazado, o Santo recebeu o consolo dos Sacramentos da Igreja:
confissão, comunhão, extrema-unção, inclusive a bênção papal.
O
enfermo senta-se na cama e, olhando para o céu, reza e contempla.
Invoca seus santos padroeiros: São Francisco de Assis, São Miguel
Arcanjo, os Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Em
determinado momento das orações, e depois de uma visão de Santa Úrsula,
Benedito - é esse o nome do moribundo - pronuncia em alta voz: "Em
vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito".Em seguida, deita-se, fecha
os olhos e dá o último suspiro.
Naquele
exato momento, não longe dali, Benedita Nastasi, de 10 anos de idade e
sobrinha do Santo, observando uma pombinha que entrara dentro de casa,
ouviu a voz do tio:
- "Benedita, queres alguma coisa de lá.
- "De lá, onde, meu tio?" - indaga a menina.
- "Lá do Céu, minha filha" - completa a conhecida voz. E a pombinha desaparece ...
Nosso
tão popular São Benedito, o Negro, chamava-se Benedito de São
Filadelfo, pois tal era o nome da localidade (hoje San Fratello) perto
de Messina (Sicília) onde ele nasceu, em 1526. Era filho de escravos
etíopes, comprados pela família Manasseri.
Sabe-se
que o Santo foi pastor, tornando-se depois eremita. Para obedecer a uma
ordem do Papa, ingressou posteriormente como irmão leigo na Ordem
Franciscana, no convento de Santa Maria de Jesus, nas imediações de
Palermo. Ali notabilizou-se como cozinheiro milagroso, pois, com
freqüência, os Anjos do Céu desciam para ajudá-lo na preparação das
refeições.
Apesar
de iletrado e de ser apenas irmão leigo, eram tais os dons e carismas
com os quais a Divina Providência ornou sua alma, que foi eleito
Superior e Mestre de Noviços do convento.
A
exemplo do Seráfico Pai São Francisco, seu Fundador, o sem número de
milagres e prodígios operados já em vida por São Benedito constituem
também verdadeiros fioretti. Impossível referi-los todos. Resta-nos
mencionar ao menos alguns.
Cura de cancerosa
Antes
de fixar-se no convento de Santa Maria, Benedito levou vida eremítica
em Nazana, durante oito anos, e em Mancusa, na região de Palermo.
Então,
sua fama de santidade já ia alta. Certo dia em que atravessava Mancusa,
chamaram-no para ver uma doente num casebre. "Não posso fazer muita
coisa por ela, pois não sou sacerdote. Mas posso fazer-lhe uma visita e
rezar por ela",respondeu. "Me acode, Frei", gritava a pobre mulher,
roída por um câncer no seio, que se alastrava terrivelmente. "Me dá uma
bênção, por amor de Deus!"
Condoído
pelas dores da enferma e pela aflição de seus familiares, o Santo
aproximou-se do leito, rezou com todos os presentes, animou a enferma a
ter Fé em Deus, e depois, a pedido dela, traçou o sinal da cruz sobre a
chaga do seio. Instantaneamente foi curada, restando-lhe uma cicatriz
apenas! Logo em seguida, Benedito bateu em retirada, para fugir de
qualquer agradecimento ou louvor.
Ressurreição de mortos
Certa
vez, quatro senhoras de Palermo - Eulália, Lucrécia, Francesca e
Eleonora, esta última com o filho de cinco meses nos braços vieram
visitar o Santo no convento de Santa Maria. De regresso à cidade, ainda
perto do convento, a carroça virou e prensou a criança, que teve morte
instantânea. Os frades vieram socorrê-las, e Benedito deparou-se com a
patética cena da mãe abraçada ao corpinho disforme.
Benedito
aproximou-se e disse: "Pare de chorar. A criança não está morta; pode
dar-lhe de mamar". Os circunstantes pensavam que o Santo delirava.
Entretanto, mal a mãe lhe obedecera, a criança começou a sorrir,
deixando a todos atônitos.
Fato
análogo sucedeu com o filho de João Jorge Russo. Quando visitava o
convento com sua esposa e alguns parentes, a carroça em que viajavam
caiu de uma ponte e a criança ficou esmagada.
"Tenham
muita confiança em Nossa Senhora. Vamos rezar". Esse recurso à mediação
da Santíssima Virgem, aliás, era uma constante em todas as intervenções
de São Benedito.
Todos se ajoelharam e começaram a rezar; ato contínuo, a criança abriu os olhos, despertando do sono da morte.
Antes
mesmo de fazer-se eremita - e talvez este tenha sido o primeiro milagre
operado por São Benedito -, trouxeram à sua presença uma criancinha
morta.
Condoído,
o Santo tomou aquele corpo inanimado em seu braço esquerdo, e com a mão
direita fez o sinal da cruz sobre a pequena fronte enregelada. Após os
presentes rezarem o Pai Nosso e a Ave Maria, o milagre da ressurreição
se realizou!
Milagre das flores
São
Benedito tinha o costume de recolher os restos de comida do convento em
seu avental de cozinha, para distribuí-los depois aos pobres.
Certa
vez o Santo encontrou-se com o vice-rei da Sicília, Dom Marcantonio
Colonna, que, atraído pela fama de sua santidade, veio visitá-lo.
Curioso, o ilustre visitante perguntou a Benedito o que levava com tanto
cuidado. Ele simplesmente abriu o avental e mostrou ... flores, tão
frescas e aromáticas, que o vice-rei levou-as para o altar de sua capela
particular.
Peixes que aparecem e pães que se multiplicam
Em
certa ocasião acabaram as provisões do convento. Era inverno e chovia
torrencialmente. E os religiosos não tinham sequer condições de sair
para pedir esmolas.
Benedito
pediu a um frade, que o auxiliava na cozinha, que abrisse os Santos
Evangelhos em qualquer lugar e lesse o que estava escrito. A seguinte
passagem foi lida: "Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que
haveis de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros.
E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta" (Mt 6,25-26).
Iluminado
por essas palavras e movido pela sua heróica confiança na Providência, o
Santo pôs-se a agir. Encheu com água todas as panelas, tachos e latas
grandes que havia no convento. Na manhã seguinte, estavam cheios de
peixes frescos, muitos deles vivos.
Em
outra ocasião em que Benedito, então superior do convento, deu ordem ao
irmão porteiro, Vito da Girgenti, de distribuir pão aos pobres, o
religioso, vendo que a fila era enorme, reservou no fundo do cesto
alguns pães para os frades. O fato chegou ao conhecimento de Benedito,
que intimou o porteiro a chamar de volta todos os pobres que ficaram sem
pão: "Dê aos pobres tudo o que estiver na cesta mandou Benedito -, pois
a Providência nos socorrerá".
Ao obedecer, o irmão Vito notou maravilhado que o pão da cesta não se acabava mais; quanto mais ele tirava, mais aparecia!
Os frades relapsos
Certa
vez, três noviços resolvem fugir do convento e voltar para casa. De
madrugada galgam o muro, e na rua, quando cantam vitória pela
pseudo-façanha, divisam um vulto que vinha ao seu encontro. Era Frei
Benedito, que os interpela: "Que jazem aqui a estas horas? Voltem já
para o convento!" E os aconselhou a rezar muito pela perseverança na
vocação.
Meses
depois, eles caem de novo na tentação de fugir, e tomam o maior cuidado
para que ninguém saiba de nada. Quando novamente ganham a rua, dão de
frente com Frei Benedito, que abre os braços, dizendo: "Alto lá, onde
pensam que vão?" Os três reconhecem um sinal de Deus a fim de
perseverarem, pedem perdão ao Santo, prometendo não mais reincidir na
falta.
"O Santo, o Santo" ...
A
cada milagre que acontecia, o povo acorria à portaria do convento,
aclamando e louvando o Santo. Sua popularidade e veneração se tornaram
tais que ele acabou, certa vez, transtornando uma procissão de "Corpus
Christi". Nessa ocasião, os frades tomaram parte na procissão da
Catedral de Palermo. E São Benedito foi designado para portar a cruz
processional, à frente do cortejo. Ao fixar os olhos no Crucificado,
sentiu-se arrebatado pelo amor a Nosso Senhor e entrou em êxtase. Seu
corpo passou a deslizar suavemente, sem que ele movesse os pés.
Ao
ver aquilo, o povo irrompeu em gritos de admiração: "Olhem o Santo, o
Santo!" As filas da procissão se desorganizaram completamente. Os
encarregados da ordem gritavam para que as pessoas se enfileirassem. Mas
não houve jeito, e a procissão retomou logo para a Catedral...
Quando,
após as comemorações do Divino Espírito Santo, o povo ficou sabendo que
Benedito havia falecido e já estava sepultado, todos se dirigiram para
Santa Maria de Jesus. O túmulo estava em local de difícil acesso, e o
grande afluxo de peregrinos perturbava a vida dos frades. E o seu número
crescia a cada dia, na proporção em que se difundia a notícia dos
milagres operados junto à sepultura.
Começaram
a implorar relíquias do Santo. Suas vestes e as roupas da cama onde
faleceu foram transformadas em tiras. Até mesmo sua cama e colchão foram
reduzidos a pedacinhos, avidamente disputados pelos visitantes.
A
7 de maio de 1592, três anos após sua morte, seu corpo, incorrupto e
exalando suave perfume, foi colocado numa uma instalada em cavidade
aberta em parede da sacristia da igreja de Santa Maria de Jesus.
Entretanto, a sacristia logo transformou-se em capela, com o povo
cantando, rezando, pagando promessas. Isso durante dezenove anos a fio.
No
dia 3 de outubro de 1611, com a presença do Cardeal Dória, o corpo de
São Benedito foi transladado novamente para magnífica urna de cristal
numa capela lateral da própria igreja de Santa Maria de Jesus, no antigo
convento franciscano, a três quilômetros de Palermo, cidade que, antes
mesmo do reconhecimento oficial da Igreja, tomou-o por Padroeiro, em
1652.
São Benedito foi declarado bem-aventurado em 1763, por Clemente XIII, e canonizado pelo Papa Pio VII em 25 de maio de 1807.
Culto no Brasil
O
Estado da Bahia foi o pioneiro na devoção a São Benedito em terras
brasileiras. Já antes mesmo de sua canonização havia lá uma irmandade em
sua honra. Simultaneamente, a devoção ao Santo deitou profundas raízes
no Maranhão. Sabe-se da existência de imagens de São Benedito pelo menos
desde 1680, em Olinda, Recife, Igaraçu (PE), Belém do Pará e Rio de
Janeiro.
O
mesmo sucedia em São Paulo. Um século antes de ele ser declarado santo
pela Igreja, já era venerado como tal nas igrejas freqüentadas pelos
membros da Venerável Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos (1707). E hoje a devoção ao Santo já é um fenômeno nacional. Não
faltam pelo Brasil afora paróquias, capelas, ou ao menos um altar com a
imagem do Santo Negro.
São Benedito Moro de Palermo
São
Benedito Moro de Palermo OFM Cap (Sicília, 31 de Março de 1524 -
Palermo, 4 de Abril de 1589) (São Benedito, o Negro, ou São Benedito, o
Africano ou São Benedito, o Mouro) - Santo da Igreja Católica, ele é
sempre relacinado ao candomblé ou rituais satânicos de macumba e coisas
afins, entretanto, ao contrario dos feitiços e magias que promovem o mal
á vida alheia, este santo viveu em constante cairdade e santidade,
sempre fazendo o bem ao próximo.
Urna antiga
Algumas
versões dizem que ele nasceu na Sicília, sul da Itália, em 1524, no
seio de família pobre e era descendente de escravos oriundos da Etiópia.
Outras versões dizem que ele era um escravo capturado no norte da
África, o que era muito comum no sul da Itália nesta época. Neste caso,
ele seria de origem moura, e não etíope. De qualquer modo, todos contam
que ele tinha o apelido de “mouro” pela cor de sua pele.
Foi
pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade já havia decidido
consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de
São Francisco de Assis o chamou para viver entre eles. Fez votos de
pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço
pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo,
que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.
Translado do corpo intacto de São Benedito
Cumprindo
seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi
designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade,
sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo
Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido
ordenado sacerdote. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito
Santo, pois fazia muitas profecias. Ao terminar o tempo determinado como
Superior, reassumiu com muita humildade mas com alegria suas atividades
na cozinha do convento.
Sempre
preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o
alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os
dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas
das cidades. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo
Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: “Que escondes aí,
embaixo de teu manto, irmão Benedito?” E o santo humildemente respondeu:
“Rosas, meu senhor!” e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de
grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.
Nova urna onde se encontra atualmente o corpo do glorioso São Benedito
São
Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na
Itália. Seu corpo está intacto á mais de 421 anos. Reverenciado e amado
no Brasil inteiro, é um dos santos mais populares do país,
principalmente entre a população de origem africana, que o associa aos
padecimentos do negro brasileiro. Na porta de sua cela, no Convento de
Santa Maria de Jesus em Palermo se encontra uma placa com a inscrição em
italiano indicando que era a Cela de São Benedito e embaixo as datas
1524-1589, para indicar as datas do nascimento e de sua morte. Alguns
autores indicam 1526 como o ano de seu nascimento, mas os Frades do
Convento de Santa Maria de Jesus consideram que a data certa é 1524.
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